Filhos da Esperança

O ano começa e pensamos no futuro imediato: como serão os próximos 12 meses? O planeta não anda lá essas coisas, mas, logicamente, temos bons desejos para o nosso futuro e para o futuro da humanidade. Filhos da Esperança (Children Of Men) é uma produção anglo-americana dirigida por Alfonso Cuarón que traz para as telas questões sobre o nosso porvir de forma crua, direta e com uma narrativa que nos transporta do presente para 2027 e vice-versa, motivando nos espectadores reflexões mesmo num clima de muita ação, registrada volta e meia por uma câmera na mão. Theo, o personagem central vivido por Clive Owen, percorre desiludido uma Londres assolada pela intolerância e por conflitos etno-raciais, até aqui nenhuma novidade. No entanto, há 18 anos não ocorre um único nascimento de um ser humano na face da Terra. A poesia do filme reside na esperança de uma mulher grávida e na vinda de uma criança cuja proteção passa a ser a causa da vida de Theo. O demais atores como Julianne Moore, Michael Caine e Chiwetel Ejiofor estão ótimos como sempre. O filme prende a nossa atenção do começo ao fim e nos deixa com a pergunta se realmente pensamos no nosso futuro não tão perto não tão distante.